Apenas folheando o livro durante 10 minutos será possível tirar excertos fantásticos, pois existem em cada página deste livro. Ainda assim deixo aqui alguns deles:
“A visão científica do mundo funciona tão bem, explica tanta coisa e ressoa tão harmoniosamente com as partes mais avançadas do nosso cérebro que estou convencido de que, com o tempo, praticamente todas as culturas à face da Terra, entregues aos seus próprios meios, teriam descoberto a ciência.”
“A natureza não é completamente imprevisível, há regras a que até ela tem de obedecer. A este carácter ordenado e admirável do universo chamou-se Cosmos.”
“Mas nós vivemos numa plataforma móvel, a Terra, que em cada intervalo de seis meses avança de uma ponta a outra da sua órbita, o que representa uma distância de 300 milhões de quilómetros.”
“Compreender onde vivemos é condição prévia essencial para a melhoria do nosso habitat. E também ajuda a saber como são os outros habitats. Se queremos que o nosso planeta seja importante, alguma coisa podemos fazer por isso. Conferimos importância ao nosso mundo pela coragem das nossas perguntas e pela profundidade das nossas respostas.”
“Uma mão-cheia de areia contém cerca de 10 000 grãos, mais do que o número de estrelas que conseguimos ver a olho nu numa noite límpida. Mas o número de estrelas que conseguimos ver não passa de uma minúscula fração das estrelas que existem. O que a nossa vista alcança à noite é apenas uma visão superficial das estrelas mais próximas. Mas o cosmos é incalculavelmente rico: o número total das estrelas do universo é superior ao de todos os grãos de areia de todas as praias do planeta Terra.”
“Todos os elementos da Terra, com exceção do hidrogénio e de algum hélio, foram cozinhados, numa espécie de alquimia estelar, nas estrelas, algumas, das quais hoje passam despercebidas, como anãs brancas, do outro lado da Galáxia da Via Látea.”
“O nitrogénio do nosso ADN, o cálcio dos nossos dentes, o ferro do nosso sangue, o carbono das nossas tartes de maçã, foram feitos no interior de estrelas em colapso. São feitos de matéria estelar.”
“O estudo das galáxias revela uma ordem e uma beleza universais. Também nos revela a violência caótica numa escala que até agora nem podíamos imaginar. É notável o facto de vivermos num universo que permite vida. É notável também que vivamos num universo que destrói galáxias, estrelas e mundos. O universo não parece nem benigno nem hostil: simplesmente indiferente aos problemas de criaturas tão insignificantes como nós.”
“Os radiotelescópios conseguem detetar corpos muito indistintos, muito distantes. Ao olharmos para a profundidade do espaço, olhamos também para as profundezas do tempo. O quasar mais próximo está talvez a 500 milhões de anos-luz de distância, o mais longínquo poderá estar a 10 mil, 12 mil ou mais milhões. Mas, ao vermos um corpo situado a 12 mil milhões de anos-luz de distância, estamos a vê-lo como era há 12 mil milhões de anos. Ao olharmos para longe no espaço, estamos também a olhar para longe no tempo, no sentido do horizonte do universo, em direção à época do Big Bang.”